sábado, 29 de maio de 2010

Que Estado?

Nos tempos que correm a análise sócio-política perde pontos para a análise sócio-económica. A verdade é que nos últimos 20 anos, desde que se colocou um ponto à Guerra Fria, o modo como o Estado se comporta, no seu sentido lato, se alterou e muito. O que antigamente se via claramente como “esquerda ou direita” assenta num limbo “central” e as premissas em que assentam os diversos tipos de Estado (vide Hobbes, Locke ou Russeau) se alteraram significativamente, dado que um novo poder se instalou – o da comunicação – e outro ganhou uma força universalmente transversal: a economia.

A questão essencial ainda passa pela definição de modelos de Estado democrático: o Estado Social e o Estado Liberal. A verdade é que ambos são modelos falhados e temos provas disso.

A alteração da pirâmide etária dos países civilizados leva a que o Estado Social, a médio prazo, entre em ruptura, logo não há financiamento possível que suporte a gratuitidade de vários pilares: saúde, educação, justiça e pensões. Já no que toca ao Estado Liberal, em que a intervenção estatal, nas acima citadas premissas, é quase nula, a especulação financeira conduziu a uma especulação sem precedentes que levou a um colapso como o de 2008.

O Japão falhou e a América falhou, para citar dos exemplos de países desenvolvidos. Que outro modelo se encontrará? O mundo objectivamente mudou e impõe-se a necessidade urgente de se pensar a prazo, de forma estruturada e planeada, e de descobrir a pólvora, mais uma vez, ou o mundo arrisca-se aos recorrentes nacionalismos exacerbados. Já faltou mais e a História tende a repetir-se, as memórias é que são curtas.

Sem comentários:

Enviar um comentário