quinta-feira, 22 de abril de 2010

Descontentamento

Existem pessoas que não percebem rigorosamente nada de política e que, por vezes, me colocam questões pertinentes sobre atitudes que poderiam ser tomadas pelos políticos. É-me difícil responder, por mais que se conheça o sistema por fora e por dentro, tendo noção de todas as questões estruturais e conjunturais. Mas do que me serve perceber as diferenças entre esquerda e direita, defender um estado social de regulação económica moderada, se o que se vê é um país e o seu capital humano a ser jogado na roleta de uns quantos interesses?!

A verdade, nua e crua, é que a incredibilidade do povo desceu à rua e o que se torna estranho é esta apatia colectiva das pessoas não saberem sequer o que pensar do estado do país. Estou inserida nessa massa colectiva e rapidamente a perder confiança nesta vaga noção de Estado que temos.

Sobra-nos o estado de sítio, que a avaliar pela comunicação social, está já ali ao virar da esquina e, na verdade, é o que apetece fazer: ir para a rua e manifestar um descontentamento imenso e um desgosto ainda maior de assistir à morte do meu país.