sexta-feira, 11 de setembro de 2009

11/09

Há 8 anos os aviões que embateram no WTC conseguiram a proeza de nos entrar casa adentro. Lembro-me que estava a almoçar com uma amiga na hora exacta em que os noticiários de todo o mundo começaram a emitir a CNN em directo, com as imagens do 1º avião já desfeito e em chamas. Logo a seguir veio o 2º, como se não bastasse ainda houve o 3º a falhar o Pentágono. Parecia algo "hollywoodesco", ao ponto de nos primeiros 10 segundos, ao vermos as imagens, pensarmos que era mesmo uma "preview" qualquer. Ao fim desses 10 segundos o silêncio impôs-se no restaurante de uma forma absolutamente esmagadora. Em 30 segundos o barulho dos telemóveis a tocar era insuportável.

O Ocidente tinha sido atacado numa escala nunca antes imaginada na vida real. Creio que ninguém tenha conseguido sentir-se seguro durante algum tempo. Mudou o mundo e a forma como o víamos. Os graves problemas do mundo árabe deixaram de estar "lá longe" e finalmente sentimos as consequências directas da Guerra Fria que já parecia mais um capítulo encerrado da História.



Depois disso tivémos sustos e tivémos também Madrid, mesmo aqui ao lado, e mais sustos. As guerras no Afeganistão e a do Iraque. A corrida ao nuclear retomada. Conflitos, mais conflitos... e sempre o ódio.

O mundo mudou há 8 anos, mas não para melhor. Continua a morrer-se e, ao poucos, retorna a nossa indiferença, uma espécie de calo que vai aumentado e que vai relegando estes problemas para o fim da tabela dos problemas. A História repete-se, ciclicamente, e deveríamos aprender com ela. Mas não: repetem-se erros, afinam-se discursos tantas vezes semelhantes a outros do passado e oscila-se cada vez mais entre extremos.

Agora veio a crise económica e social. Virá a política. Esta História é em tudo semelhante àquela que nos deixou nas mãos 40 milhões de mortos. Os paralelismos são tantos que arrepiam. Uma teoria que espero que morra assim, mas é uma teoria que tem uma possível validação se não se fizer nada.

Sem comentários:

Enviar um comentário